ORIGEM
A Grã-Bretanha é o lar do yorkshire terrier, mas as opiniões quanto às
origens deste cão pequeno e charmoso variaram até a primeira
exposição realizada em Birmingham em 1862 em que ele participou
pela primeira vez como uma variedade, dentro de uma raça especial.
A “nova” raça foi incluída no grupo dos “terriers de pelo
duro” e incluía cães subsequentemente classificados no Livro
de Criação do Kennel Club como yorkshire terrier.
Antes disso havia inúmeros tipos de terriers expostos como
terriers “escoceses” ou “terriers de pelo duro” em classes
frequentemente definidas de acordo com o peso. Eram predominantes
o clydesdale terrier, o paisley terrier e o skye terrier,
todos originários, conforme o nome sugere, dessas regiões
da Escócia. Muitos desses terriers foram para a Inglaterra
durante a época da Revolução Industrial, quando trabalhadores
de minas e tecelagens de Clyde Valley migraram a procura de
trabalho, para as fábricas e minas de Lancashire e Yorkshire.
Originalmente, o skye terrier era proveniente da Ilha de Skye,
junto da costa oeste da Escócia, e pesava de 7 a 9kg. A raça
destacava-se por ter dorso alongado, pelo liso e áspero com
subpelo, e era usada para desentocar texugos. Os terriers
urbanos clysdesdale e paisley eram mantidos como animais de
estimação e usados por mineiros e trabalhadores para caçar
ratos. Ambos assemelhavam-se a um tipo menor de skye terrier
com orelhas eretas, dorso mais curto e pelagem bem mais longa
e acetinada. O clysdesdale era azul aço escuro e fulvo, enquanto
o paisley era azul mais claro. Ambos pesavam entre 5 e 7kg.
Houve uma transição desses terriers escoceses para o yorkshire
terrier, já que todos apresentavam muitas características
semelhantes ao yorkshire que conhecemos hoje.
Era inevitável que esses cães se acasalassem em Lancashire e Yorkshire
com a população local de animais, que eram o manchester terrier,
o terrier miniatura preto e castanho, o halifax fawn e o silky
terrier, todos responsáveis pela origem do yorkshire terrier.
Chegou a ser sugerido que o maltês, aquele pequeno animal
exótico de pelagem branca pura e pedigree antigo, teria se
acasalado várias vezes com o yorkshire para melhorar a qualidade
e a textura da pelagem deste último.
O primeiro cachorro
“projetado”
O yorkshire terrier não se desenvolveu como fruto de um feliz acaso;
foi provavelmente o primeiro “cachorro projetado” a ser deliberadamente
produzido. A raça desenvolveu-se durante um período relativamente
curto, com o objetivo de criar um cachorro pequeno, valente
mas glamouroso, com pelagem longa e acetinada de cores contrastantes.
Com certeza interessava a mineiros e operários de fábricas
ter um cão pequeno mas corajoso, já que tanto ele quanto os
patrões eram obrigados a viver e trabalhar num ambiente infestado
de ratos. O trabalhador precisava de um cachorro que lhe servisse
de companhia e que fosse um bom caçador de ratos capaz de
matar os roedores que infestavam o local de trabalho. Também
havia a possibilidade de o cachorro render algum dinheiro,
em competições de matar rato, feitas em bares, em que os proprietários
faziam apostas. Um bom cachorro desse tipo era uma mercadoria
útil e procurada, muitas vezes vendida por preços consideráveis.
Cachorros miniatura
As primeiras exposições caninas formalmente organizadas começaram na
Inglaterra em 1859, coincidindo com a moda vitoriana de cachorros
miniatura. Os habitantes de Yorkshire, ávidos para aproveitar
a oportunidade de engordar seus parcos ganhos, rapidamente
reconheceram o potencial dessa nova moda, e logo cruzaram
seus terriers de modo a diminuir o tamanho do animal e atender
à procura. Em pouco tempo, um animal que havia sido um cão
rateiro pesando de 5 a 7kg foi reduzido a 3 ou 4kg. Logo em
seguida espécies entre 1 a 2kg estavam não só participando
de exposições e recebendo prêmios, mas também tornando-se
cada vez mais populares como animais de estimação,
vendidos por quantias altas para as classes mais abastadas
de Londres e do sul da Inglaterra. |